Guilherme Tell
Ilustração: Ivan Zigg
Há muitos anos, antes de ser um país livre e soberano, a Suíça era governada por um regente autoritário chamado Gessler. Todo mundo tinha medo dele, porque quem desobedecesse às suas ordens era impiedosamente castigado. A única pessoa que não o temia era o bravo caçador das montanhas de nome Guilherme Tell, respeitado pelos seus conterrâneos por ser, além de homem de bem, um exímio arqueiro. Ninguém o superava na pontaria certeira com o arco e a flecha.
O tirano Gessler, arrogante e vaidoso, gostava de aterrorizar a gente do povo. Por isso, mandou erguer na praça principal um poste no qual fez pendurar o seu chapéu. Diante desse ridículo símbolo de autoridade, todos os passantes deveriam se curvar. E todos obedeciam, de medo de ser cruelmente punidos. Todos, menos Guilherme Tell, que não se submetia àquela humilhação por considerá-la abaixo de sua dignidade. Até que um dia aconteceu de o próprio Gessler estar na praça quando Tell passou por ali com seu filho de 8 anos.
Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem, gritando:
– Tell, tu me desafiaste, e quem me desafia morre. Mas tu podes escapar da morte se fizeres o que eu te ordeno.
E o poderoso Gessler mandou que encostassem o filho do caçador ao poste com uma maçã sobre a cabeça. Então, continuou:
– Agora, Tell, terás de provar a tua fama de grande arqueiro acertando a maçã na cabeça do teu filho com uma única flechada. Se acertares, o que duvido, sairás livre. Mas, se errares, serás executado aqui, na frente de todo este povo.
E Guilherme Tell foi colocado no ponto mais distante da praça, com o seu arco e uma flecha.
– Cumpra-se a minha ordem!, bradou Gessler.
– Atire, meu pai, disse o menino. Eu não tenho medo.
Com o coração apertado, Guilherme Tell levantou o arco, apontou a flecha, esticou a corda e, de dentes cerrados, mirou em direção ao alvo. Zummmm! A flecha zuniu no ar, rapidíssima, e rachou ao meio a maçã sobre a cabeça da criança.
Um suspiro de alívio subiu da multidão, que assistia horrorizada àquele cruel espetáculo.
Nesse momento, Gessler viu a ponta de uma outra flecha escondida debaixo do gibão do arqueiro.
– Para que a segunda flecha, se tinhas direito a um só arremesso?, urrou o tirano.
Guilherme Tell respondeu, em alto e bom som:
– A segunda flecha era para varar o teu coração, Gessler, se eu tivesse ferido o meu filho.
E, pegando o menino pela mão, Guilherme Tell deu as costas ao tirano e foi embora.
Anos mais tarde, o arqueiro foi um valoroso combatente pela independência da sua terra e pela liberdade de seu povo.
O tirano Gessler, arrogante e vaidoso, gostava de aterrorizar a gente do povo. Por isso, mandou erguer na praça principal um poste no qual fez pendurar o seu chapéu. Diante desse ridículo símbolo de autoridade, todos os passantes deveriam se curvar. E todos obedeciam, de medo de ser cruelmente punidos. Todos, menos Guilherme Tell, que não se submetia àquela humilhação por considerá-la abaixo de sua dignidade. Até que um dia aconteceu de o próprio Gessler estar na praça quando Tell passou por ali com seu filho de 8 anos.
Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem, gritando:
– Tell, tu me desafiaste, e quem me desafia morre. Mas tu podes escapar da morte se fizeres o que eu te ordeno.
E o poderoso Gessler mandou que encostassem o filho do caçador ao poste com uma maçã sobre a cabeça. Então, continuou:
– Agora, Tell, terás de provar a tua fama de grande arqueiro acertando a maçã na cabeça do teu filho com uma única flechada. Se acertares, o que duvido, sairás livre. Mas, se errares, serás executado aqui, na frente de todo este povo.
E Guilherme Tell foi colocado no ponto mais distante da praça, com o seu arco e uma flecha.
– Cumpra-se a minha ordem!, bradou Gessler.
– Atire, meu pai, disse o menino. Eu não tenho medo.
Com o coração apertado, Guilherme Tell levantou o arco, apontou a flecha, esticou a corda e, de dentes cerrados, mirou em direção ao alvo. Zummmm! A flecha zuniu no ar, rapidíssima, e rachou ao meio a maçã sobre a cabeça da criança.
Um suspiro de alívio subiu da multidão, que assistia horrorizada àquele cruel espetáculo.
Nesse momento, Gessler viu a ponta de uma outra flecha escondida debaixo do gibão do arqueiro.
– Para que a segunda flecha, se tinhas direito a um só arremesso?, urrou o tirano.
Guilherme Tell respondeu, em alto e bom som:
– A segunda flecha era para varar o teu coração, Gessler, se eu tivesse ferido o meu filho.
E, pegando o menino pela mão, Guilherme Tell deu as costas ao tirano e foi embora.
Anos mais tarde, o arqueiro foi um valoroso combatente pela independência da sua terra e pela liberdade de seu povo.
Lenda popular suíça recontada por Tatiana Belinky, ilustrada por Ivan Zigg
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